Quero ser o Dhalsim

Já tentei duas vezes, sem sucesso, “fazer academia”. Uma lá pelos 16 anos e outra lá pelos 23. Meu recorde de permanência foi dois meses. Musculação é simplesmente chato. É um esforço repetitivo e entediante que não parece levar a lugar algum.

Praticando esportes como surfe ou skate, a motivação é o prazer imediato gerado pelo movimento, sendo o esforço um mero requisito mecânico. Você não surfa para “ficar forte”, você surfa por prazer e acaba ganhando definição muscular. Na musculação não há prazer, o esforço contínuo é o único meio de atingir um objetivo de looongo prazo. Certo, musculação é chato e pronto.

Porém, contrariando a lógica e ignorando as tentativas anteriores, lá fui eu fazer a inscrição na academia… Isso foi no início de Outubro. Além de ter quebrado meu recorde de permanência, surpreendo-me ao perceber que estou gostando.

A musculação em si continua chata como sempre, mas os instrutores são legais, estou ampliando o círculo de amizades e de brinde ainda tem a “paisagem florida”. Ah, também tem uma bicicleta com monitorzão, tipo fliperama, com um joguinho de tanques de guerra. Você pedala e o tanque anda. Tem dois manches para controlar a direção e atirar mísseis. Desnecessário comentar que é meu exercício preferido.

Além da rotina diária de cargas, séries e repetições, para relaxar também estou fazendo Yôga lá na academia. Nunca tinha feito antes, mas achei muito massa. Estica daqui, alcança dali, faz força, treme, tenta manter o equilíbrio, respira e sorriso no rosto! Saio da aula leve, tranqüilo, anestesiado. Volto para casa Zen, dirigindo a 20 km/h, assobiando e achando que a vida é bela.

Bem, toda essa história foi para dizer que meu objetivo de vida agora é virar o Dhalsim. Ainda falta aprender pirofagia, raspar a cabeça e ficar marrom.

Dhalsim

Yôga-fáááier!

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