DUMBIOGRAFIA

Aqui começa a biografia completa da banda, a DUMBiografia, primeiramente vamos lhe inteirar do espaço físico predominante da época. Voltamos ao ano de 1995, onde o reagge era o estilo musical predominante, que fazia a cabeça da rapaziada "descolada" da cidade. O samba e o pagode estavam começando a ganhar espaço na mídia e a Carla Perez ainda não existia. Ainda existia o programa Hardcore na rádio Estação Primeira. Ainda existia a Estação Primeira! A única rádio decente que tínhamos...

Este programa era nossa única fonte para arranjar algo nesse estilo, junto com a loja Cd Club, é claro. Bad Religion e NOFX estavam apenas começando a aparecer aqui, e ainda não era modinha. Tá certo que se não fosse esssa modinha, ninguém (Aeroanta) iria trazer eles pra cá, mas é foda ver um playboy ouvindo "Don't call me white" no último volume de seu Pioneer, desfilando com seu carro importado na avenida Batel. Eles nem devem saber o que a música quer dizer, compram porque é da moda. Ops! Acho que nos empolgamos. Isso é uma DUMBiografia não um manifesto sobre a cena local. Voltando a DUMBiografia... ...Shows? Muito poucos, era de vez em quando OsCabeloduro, Pinheads, Anões de Jardim, D.F.C.. Aliás, foi num show do D.F.C. no antigo Jail (alguém lembra?), que decidimos formar o DUMBS.



1995: o ano em que tudo começou

Então, naquela fatídica noite de 19950826, Aurelio, Paulo, Nissin e Toxa decidiram formar o DUMBS. A princípio o Paulo não gostou da idéia de ter outro guitarrista na banda, porque ele achava que o Nissin não tocava nada. Mas para sua surpresa, apesar do Nissin não tocar nada, ainda tocava melhor do que ele. Daí rolou a 1ª formação do DUMBS, e a partir daí as descidas pra praia, festinhas de aniversário, e outros compromissos inadiáveis de sábado a tarde foram pro pau; era só ensaio, ensaio, ensaio, ensaio toda semana.

Não tínhamos experiência alguma em fazer músicas próprias, mas como ensaiávamos na casa da vó do Aurelio aos sábados e domingos, durante horas (às vezes ficávamos 6-7 horas ensaiando), a banda logo no começo teve um desenvolvimento rápido, e nos introsamos sem maiores problemas. Aprontamos 4 ou 5 músicas próprias e vários covers e já fomos meter a cara.

Ah! Em 19951022, com 1 mês e meio de banda gravamos um projeto de fita demo com 6 músicas e distribuímos para os amigos ouvirem e opinarem sobre o som. mais detalhes sobre esta fita na página da demo na seção fitografia.

Fizemos nosso primeiro show em novembro, com apenas 3 meses de banda,

no colégio Decisivo numa festa de Halloween, e logo no dia seguinte, nosso 2º show foi num festival de bandas daqui, o Spring Festival esse é até hoje um dos melhores e mais divertidos shows que fizemos, pois ninguém lá nos conhecia, mas tocamos bem e a galera se acabou de agitar, foi MUITO MASSA. Mais detalhes desse e de outros shows, veja na seção de shows (onde mais seria?) &:)


1996: ano de músicas novas e mudanças de formação

Passada a empolgação dos primeiros shows, começamos a nos empenhar em fazer músicas e melhorar as já existentes. Aí vieram as emoções e os conflitos ideológicos e discursos inflamados. O Toxa queria fazer músicas todas quebradas e fora do tempo, enquanto o Paulo gosta de musiquinhas lá-lá-lá-lá de 4 tempos e 4 compassos e 4 riffs e repete tudo 4 vezes. Aquele final de "Se Liga e Desliga" que é a mesma parte 3 vezes foi um sacrifício pra convencer o Paulo a tocar. E com a Espera foi a mesma coisa... O legal é que as composições rolavam com a participação de toda a banda, então o "fazer música" foi fácil e descontraído.

Falando em Paulo, agora os ensaios eram no quarto dele, todo final de semana, horas a fio, ensaiando, melhorando, aprendendo a tocar &:). Infelizmente, nesses ensaios percebemos que o Bob não conseguia soltar a voz, e quando soltava desafinava feio, e em cima do palco ele ficava inibido, daí vendo que

não ia rolar de ele continuar cantando, o Bob saiu da banda,

e ficamos sem vocalista. Tentamos com um amigo do Paulo, o Maurício, a voz do cara era massa, mas ele realmente NÃO tinha noção de tempo alguma. Então continuamos cantando as músicas nós mesmos, revezando, só que ficou muito ruim. Mas tá, continuamos a fazer músicas e o negócio tava indo, a gente tava se acertando, mas de repente chega o

Toxa: "Ô cara, tá foda a faculdade, não tô tendo tempo de ensaiar..."

Tá, tudo bem, vamo fazer o quê... ele saiu da banda. Só foi estranho ele ter entrado de vocalista no Adjustment uma semana depois de dizer isto, mas sei lá, tipo... mmmm.m....m.m.mmm.m.m.m ah, foi. Tá. Daí ficamos só 3.

Chamamos o Fejão que também estudava no CEFET pra tocar baixo.

Ele aceitou na hora e pra nossa surpresa ele até que tocava massa e aprendeu rápido a tocar as músicas e como a voz dele era a melhor ali, ele começou a cantar a maioria das músicas. Mas o foda é que ele não curtia cantar e tocar, então continuamos nossa eterna busca por um vocalista. Quem conhece o Paulo sabe que ele ia pelo menos uma vez por mês na Cd Club e pegava uma pilha absurdamente grande de CDs e ficava a tarde inteira ouvindo, pra levar só uns dois ou três. Num lindo dia desses ele tava ainda na loja velha (do shopping Omar) quando apareceu um cara que queria o último "How to Clean Everything" do Propagandhi que só por acaso tava na pilha do Paulo. Quem conhece o Paulo também sabe que

ele convidava qualquer um pra ser da banda. Dá pra imaginar o resto...

Mário era seu nome. Ele agitava pra caralho, mas nunca tinha cantado antes, então no começo foi foda para ele aprender as manhas de cantar no tempo e com entonação ("cdf" foi um parto) &:) mas depois de um tempinho já tinha pego todas as músicas e fizemos alguns shows com ele no vocal. Mesmo ainda não curtindo muito o vocal do Mário,

a gente resolveu marcar o estúdio e gravar a primeira fita demo.

Para ler a história de como gravamos a demo, clique aqui. Com o Mário fechamos a formação mais duradoura (por enquanto) do DUMBS: Aurelio (bateria), Paulo e Nissin (Guitarras), Fejão (baixo) e Mário (vocal).


1997: o ano da 1ª demo, camiseta, página e dos shows

O início de 1997 foi corrido, ficamos correndo atrás de material/meios de fazer cópias da fita demo, imprimir/recortar/dobrar encartes/adesivos, ir nas lojas botar as fitinhas pra vender, mostrar pra todos os conhecidos, perguntando o que a galera achou e tal.

Os ensaios agora estavam com o Fejão. Ou era no quarto dele, ou era na casa da tia dele, e lá íamos nós carregando todas as tralhas, todo fim-de-semana, de uma casa a outra, só para fazer um barulhinho. &:)

Também conhecemos um camarada que mexia com serigrafia, então fizemos no computador 2 modelos de camisetas, o cara queimou as telas, compramos umas camisetas brancas baratas e assim começou a produção das camisetas do DUMBS.

Infelizmente perdemos contato com o cara que fazia a serigrafia e como ninguém mais na cidade queria bater camisetas com nossas telas já usadas, não as fizemos mais. Devemos ter feito no total umas 50 de cada um dos modelos. Felizardo de quem tem uma, é raridade &:)

Bem, voltando à DUMBiografia, o Aurelio começou a mexer na Internet na UFPR e junto com o Paulo, foram aprendendo HTML, juntando material, fotos e aproveitando que o Paulo tinha um amigo chamado Luiz Fernando de Joinville-SC que tinha recém-comprado um domínio, o www.brasmidia.com,

assim em 19970804 surgiu a página da banda na internet,

numa época em que a internet ainda estava começando a aparecer aqui no Brasil, e tínhamos poucas páginas de bandas e listas de discussão disponíveis. Aproveitando, junto com o lançamento da página, e também servindo de cobaia para o Luiz Fernando &:), criamos uma lista de discussão, a paulera, que até onde sabemos, foi a primeira do país, em português, a discutir punk/hardcore/shows e afins, e está no ar até hoje.

Então, com fita demo gravada, camiseta na mão e página na internet, o DUMBS começou a mostrar as caras. 1997 foi um ano de muito ensaio, shows e divulgação da demo. Foi muito divertido, conhecemos o gostinho de se fazer shows e ver a galera agitando, cantando as músicas, muito bacana. Fizemos bastante amigos e conhecemos várias outras bandas com isso, com as quais dividíamos ensaios e shows, principalmente o SCARECROW e o Adjustment.

Infelizmente, 1997 também foi o ano em que tristemente presenciamos a morte da nossa única rádio decente da cidade, a já citada Estação Primeira, com certeza uma perda irreparável... Os lugares mais "tradicionais" para se fazer shows de hardcore em Curitiba eram o Cabaret Pagliacci e o Bar do Meio, neste, se podia fazer shows à preços acessíveis (em média 3 reais), com direito a metade ou até toda a bilheteria da noite (dependendo do dia da semana).

Algumas cópias da demo foram mandadas para contatos dentro e fora do país, como para o Macuco do LOS MOX!, que distribuiu nossas fitas no Chile. Num desses contatos, entramos numa coletânea da gravadora americana MF Records, que hoje já não existe mais... (a gravadora).

Voltando a falar localmente, conhecemos bastante gente legal e ampliamos nossa lista de amigos. Pessoas escrevendo para elogiar, criticar, xingar, etc. Saíram algumas resenhas sobre a demo em zines pelo país. Os shows continuaram um seguido do outro (sempre no Bar do Meio...) e consequentemente, não ensaiávamos e não fazíamos mais material novo, surgiram apenas duas músicas novas ("Opinião" e "Dia Feliz, hoje "Cogumelo"), mas demorou muito para que ficassem boas...

AH! 1997 foi um ano de shows internacionais baixando aqui em Curitiba: NOFX (2x), Bad Religion, D.R.I., Agent Orange, são os mais "famosos". Nesse ritmo de shows e shows, diversão e nada mais, 1997 passou voando...


transição 1997-1998: bagunça geral na banda

Ao final de 1997, a banda passou por uma reviravolta total e quase acabou! Primeiro, o Paulo, que já estava faltando muitos ensaios e mostrando um certo descontentamento com o rumo que a banda estava tomando, de tocar as músicas cada vez mais rápido e mais pesado, disse que queria sair da banda.

O Paulo quis ter outra banda, com um som que tinha mais a ver com ele,

mais 4 tempos e melódico. Aproveitando a saída do Paulo, e como já não estávamos muito satisfeitos com o desempenho do Mário no vocal, que já fazia 1 ano que tinha entrado na banda, e continuava com um vocal ruim, e

mesmo sendo camarada e agitando no palco, afastamos o Mário da banda.

Foi algo como uma faxina geral. Não é fácil perder 2 integrantes de uma só vez. Mas a vida continua, ficamos com apenas uma guitarra.

Como não achamos outro vocalista, o Fejão começou a cantar.

Ainda bem! Para nossa surpresa, vimos que seu vocal ficava massa pra caralho e abandonamos a idéia de ter um "vocalista" na banda. Não é uma bicha esse Fejão? Lembra quando ele entrou na banda, que era pra ele cantar mas ele falou que não curtia tocar e cantar? Pois é. Agora é justo isso que ele vai fazer. Ele podia ter-nos polpado desse tempo todo, mas tudo bem &:). Então sobrou o Aurelio, o Fejão e o Nissin, e ficava faltando acharmos um segundo guitarrista. Mas... nesse meio tempo, o mala do Nissin (no seu segundo vestibular) só conseguiu passar lá em Marília-SP... (também o cara quer fazer medicina e tocar em banda, é foda...).

Foi-se o Nissin pra Marília e ficamos sem guitarrista.

Entrou 1998. Recontando: sobrou o Aurelio e o Fejão. Até pensamos em mudar de estilo e fazer Drum'n'Bass, mas foi BEM passageiro... (o tempo de uma piada) &:). O DUMBS agora procurava por 2 guitarristas. Tivemos um período de inatividade e incertezas. A única certeza era a de que não iríamos deixar o DUMBS morrer.


1998: o ano morto

Ah! Falando em inatividade, é com grande tristeza que soubemos que a nossa casa de shows preferida (e agora única, pois o Cabaret Pagliacci já tinha fechado fazia tempo), o Bar do Meio fechou suas portas. Aqui é assim, o troço abre, faz a alegria do pessoal, e quando todos já o conhecem como principal local de shows hardcore da cidade, inesperadamente se fecham as portas e ficamos mais uma vez órfãos de lugar pra tocar. Logo na sequência, abriu o Toscos "Metal" Bar, com instalações bem mais amplas e "luxuosas" que as do recém-falecido "do Meio", e que já tornou-se o novo "lugar hardcore" da cidade (só pra continuar o ciclo...).

Bem, após muito tempo procurando, apareceram 2 guitarristas para fazer teste na banda, um era o Daniel, já citado nos agradecimentos da fita demo e amigo desde os tempos do CEFET (ah! o Fejão ainda tá lá, se fodeu com a greve...). O outro era o James, que apareceu do nada, morava há apenas um ano no Brasil e não sabia falar português direito. Começamos a ensaiar com esses 2 caras e ver se rolava um gás novo na banda. Os ensaios seguiram, tendo aquele primeiro período de adaptação e posteriormente, avaliação. O foda era que estávamos sem lugar pra ensaiar, então tivemos que ficar pagando horas de estúdio. O Daniel fazia a guitarra solo e o James a base. Após cerca de 4 meses de ensaios (e um show do Lagwagon no (eca!) Studio 1250 da Avenida Paraná ("e a gente se encontra lá"), não muito freqüentes, mais uma vez sentamos (Aurelio e Fejão) e conversamos sobre o futuro da banda.

Infelizmente, o James não mostrou resultados muito satisfatórios tendo-se em vista o que esperávamos e começamos novamente a procurar por um guitarrista. Já

o Daniel foi efetivado como guitarrista na banda em 19980802.

Esporadicamente, o Nissin (que não saiu da banda, apenas está inacessível...) vinha pra cá e a gente dava um gás novo, tentava fazer mais umas músicas, ajeita outras, etc. Ficamos na expectativa de que no fim de 1998 ele consiga uma transferência aqui pra Curitiba, Itajaí, ou outro lugar mais próximo, para que tenhamos a banda completa novamente. E assim continuamos caminhando, a passos lerdos (aliás como sempre) na esperança de gravar uma demo nova "em casa" até o fim de 1998. Mas infelizmente isso não aconteceu.

Tirando a entrada do Daniel, 1998 foi o pior ano da banda. Com os todos os problemas com integrantes, o moral da banda estava baixo, e os ensaios ocorriam mais que por obrigação do que por vontade (quando ocorriam). O Aurelio começou a trabalhar 8 horas por dia e somando isso com a faculdade à noite e mais a noiva, o tempo livre para a banda era mínimo. O mesmo para o Fejão, que começou a trabalhar inclusive nos sábados e domingos, estava namorando, e ainda acabando o CEFET. Ou seja, o DUMBS ficou meio largado. E assim passou o ano todo de 1998! No marasmo, com poucas novidades na banda, NENHUM show e ensaios esporádicos. Foi um período muito foda para a banda, só não acabamos com tudo porque a banda significa muito para nós. Ficamos ali, cozinhando o galo, esperando que algo acontecesse para mudar esse quadro. Estávamos até decididos a virar um trio mesmo, pois o Nissin estava longe e sem perspectivas de volta. Na verdade iria ser outra banda, outro nome. Um recomeço. Mas nem pra isso estávamos com ânimo...


1999: a volta dos mortos-vivos

Logo no início do ano uma ótima notícia: o Nissin conseguiu transferência para Itajaí, que fica a apenas 2 horas de distância daqui, então o ele teve a possibilidade de vir para cá, todo final de semana e pudemos retomar os ensaios. Tudo o que estava parado voltou a funcionar aos poucos. Fomos desenferrujando e aquele tesão de ter banda foi voltando com força total. Pra ajudar o Aurelio terminou o noivado e o Fejão o namoro e o CEFET, então até mais tempo e dedicação a banda ganhou.

O novo local de ensaios agora era um estúdio barato na frente do CEFET, e fizemos amizade com o dono, que também tem banda e gostou do nosso som. O resultado disso foi que ele arranjou um show para nós, abrindo para uma banda do RJ. Então, finalmente, após 1 ano e 8 meses longe dos palcos, o DUMBS iria voltar a fazer um show! Esse foi o empurrão final que precisávamos para deslanchar de vez. O show foi ótimo (veja detalhes/fotos na seção de shows) e depois desse vieram outros, ainda melhores, e pudemos anunciar com o maior prazer: "O DUMBS voltou!"

Aproveitando a volta, o Aurelio fez a mega-atualização na página da banda, que já estava a mais de 1 ano sem novidades, devido à má fase da banda.

Fechamos 1999 do jeito que a banda mais gosta: fazendo shows. Foi um total de 11 shows nos últimos 5 meses do ano. Um recorde pra quem a tanto tempo nem pisava num palco. Ah! Como estávamos precisando disso.


2000: hibernação parcial

2000 começou e a hibernação voltou. O Fejão começou a fazer cursinho e o Aurelio faculdade, além do trabalho de 8 horas de ambos. O Nissin continuava apenas com suas vindas esporádicas para Curitiba e o Daniel era o único que tinha algum tempo livre.

Com a chegada das férias de julho, pudemos dar um gázinho. Passamos o mês internados em ensaios, e além de arrumar as velhas, fizemos uma música nova chamada "Pasto".

Mas, quando estávamos prontos para sair fazer shows, as férias acabaram e tudo voltou à estagnação, com o agravante que o Daniel arranjou emprego na eleição, com um candidato, então até o fim de outubro (teve 2º turno) o cara ficou sem tempo pra banda.

A boa notícia foi que as atualizações da página na internet continuaram e em novembro o Aurelio fez as camisetas novas da banda, que tem como tema a música "Mentira".

Continua...

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