Eu um raro sábado ensolarado no meio do verão mais chuvoso de todos os tempos, eu e a Mog aproveitamos para passar o final de semana na Praia do Forte, em São Francisco do Sul. É um lugar ainda preservado, com poucas casas e uma paisagem de sonho. Um excelente passeio para quem prefere natureza a asfalto. Lá também tem o Forte Marechal Luz, de 1909, com seus canhões e trincheiras conservados.
Chegar lá foi muito fácil. É só seguir em direção às praias de São Chico pela SC-280, mais especificamente Ubatuba. A Praia do Forte é mais adiante, basta seguir a estrada até o final, passando por Itaguaçu, chegando na ponta da ilha.
Antes de ir colocar a ponta do dedão do pé direito na areia, precisávamos achar um lugar para ficar. Já na beira-mar tem uma pousada chamada Recanto do Motta, entramos para perguntar o preço e olhar o quarto. Estávamos em dúvida se íamos até a Praia do Capri ali perto ou se ficaríamos no Forte, mas como gostamos da pousada e o preço estava bom, ficamos por ali mesmo.
A praia é bem espaçosa, com bastante areia para acomodar as poucas famílias que estavam por lá. Os espertos aqui esqueceram-se de levar coisinhas básicas como cadeiras e guarda-sol, mas isso não foi problema pois estendemos a canga embaixo de uma árvore, no canto das pedras.
Do lado direito da praia estão as pedras da encosta do morro do Forte, do lado esquerdo a praia segue até fazer a curva lá longe no Capri. Há também um mangue onde o pessoal pega siris. O mar é calmo e dá para andar um monte água adentro, pois demora para ficar fundo.
Não sei se é sempre que isso acontece, mas o mar também formou uma piscina na beira, onde a água batia nos joelhos, ideal para largar os filhos sem preocupação. De fato, famílias inteiras estavam lá deitadas, aproveitando a tranqüilidade das águas calmas. É claro que também engrossamos o caldo :)
Almoçamos no restaurante que há dentro das instalações do Forte, na base do morro. A entrada é livre, basta dizer ao soldado do portão que você vai no restaurante. É um buffet (self-service) que custou R$ 10,00 por pessoa. Comida boa, mas nada de extraordinário. Por falar em comida, o café da manhã na pousada foi bem saboroso. Na praia também tem barracas de crepe, milho verde e outros lanches rápidos.
O passeio obrigatório é subir o morro para conhecer a artilharia do Forte. É cobrada uma taxinha de R$ 2,00 por visitante. Não dá para ir de carro, nem há qualquer tipo de condução, é preciso subir à pé os 1,4 Km da estrada. Mas foi bem tranqüilo. Subimos em ritmo lento, apreciando a paisagem, a mata, as borboletas, as aranhas, o mar, as ilhas ao redor. Levamos cerca de meia hora.
Lá no topo, uma vista privilegiada da região. É possível ver as ilhas próximas, a Praia de Capri, a Baía da Babitonga, o continente, Itapoá e outras praias do sul do Paraná. Do outro lado vimos Enseada e região.
Há um mirante que estava interditado pois "a escada não oferece segurança aos visitantes". É uma escada de metal que estava enferrujada, com alguns degraus faltando. Mesmo assim resolvemos subir, sabe como é a curiosidade né? :)
O problema não foi a escada, mas sim a multidão de aranhas que escolheram aquele local semi-abandonado para fazer suas teias. É impressionante, lembrou o filme do Indiana Jones. Muitas teias, muitas aranhas, de todos os tamanhos, uma do lado da outra. A maior preencheria a palma da mão com folga. Elas gostaram dos corrimãos da escada estreita, então tivemos que subir sem encostar em nada, torcendo para que elas ignorassem nossa presença.
Depois da adrenalina aracnídea, fomos ver os canhões do Forte. Estão todos pintados e bem conservados, alguns com mais de um séculos de existência. No meio do círculo de canhões há trincheiras interligadas que dão acesso a todos eles.
Também cravado no solo está o museu que guarda relíquias militares das décadas passadas. Gostei de alguns instrumentos gigantes que eram usados para calcular e corrigir a rota dos tiros de canhão. Também há fotos, espadas, armas, uniformes, binóculos e outros acessórios de guerra. Ah, convém frisar que o Forte nunca foi utilizado de verdade, pois ninguém nunca tentou invadir a região :)
Eu gostei mais da vista do que do Forte em si. Fica a dica para subir em um dia de sol e céu limpo, para poder apreciar toda a beleza da região!