Os Textos seguem textos de minha autoria que expressam meu pensamento atual sobre determinados assuntos. estes textos não são definitivos, todos são inacabados, pois, apesar de prezar uma personalidade imutável, certos conceitos são aperfeiçoados e melhor compreendidos com o passar do tempo e com experiências novas. no geral, estes textos aparecem inusitadamente em respostas a mensagens eletrônicas, conversas com amigos, e, estando o esqueleto pronto, é trabalhado e repensado, para ser colocado aqui na página. como já dito, são inacabados, então são alterados a cada idéia nova ou mudança de conceito que ocorra. aliás, sinta-se à vontade para mandar uma mensagem eletrônica comentando ou discordando sobre os assuntos aqui expostos que é sempre bom ouvir outras opiniões à respeito. são eles: - deus, religião, fé e igreja - barbeiragens do aurélio - incapacidade de criação - RealReality® - rigidez da religião muçulmana - tecnoescravatura - extraterrestres na terra _________________________________________________________________ 20010313 - deus, religião, fé e igreja Date: Tue, 13 Mar 2001 20:59:07 -0300 (EST) From: # aurelio marinho jargas To: aris@... Subject: Re: [Off] RELIGIAO - Existencia de Deus @ 13/3, aris@...: > pera um pouco... acreditar em Deus (ou algo superior) != religiao sim. nunca disse o contrário, apesar de rejeitar ambas as filosofias. o ponto central é a fé. a fé lhe faz acreditar em deus. a religião dita como sua fé deve ser. o ateu direciona sua fé para si mesmo, com suas próprias regras. > para um ser superior. fugir da existencia de algo superior eh muito > bacana e faz vc se sentir bem auto-confiante. mas isso passa. e veras q > nada do que voce faz aqui faz sentido sem isso. tudo parece banal e vc > cai na depressao achando que nao existe nada que possa te fazer feliz. eu hein? isso é muito pessoal aristeu. uma pessoa pode ou não precisar de um sentido divino. eu particularmente não me importo com a origem da humanidade ou do universo, pois o desconhecimento disso não me traz frustrações, eu estou aqui e está tudo funcionando e é isso o que importa. também não me faz falta um apoio divino. vivo bem sem isso e não me sinto inferior ou frustrado. também não me faz falta álcool, nicotina ou maconha. para muitos, isso é essencial, mas pra mim não faz falta. e não é preconceito ou aversão, simplesmente minha vida é boa sem essas coisas. é claro, pra outros (acho que é o seu caso) a falta do divino pode gerar frustração. a questão não é se isso é certo ou errado. é pessoal. se isso te faz melhor, beleza, vá atrás. só você mesmo pode verificar isso. não vejo mal nisso. > agora se a partir disso vc vai entregar tudo q vc tem ou nao ou seja lah > qual religiao vc vai seguir, isso nao interessa. vc pode ter como > acreditar e segui-lo do jeito q vc ou sua religiao achar certa. aí é que eu não concordo e acho as igrejas e as regras das religiões um "atravessador", um "terceiro" que não precisa estar na jogada. com isso você beneficia aqueles que recebem seus bens/esforços e não seu ser. uma fé não precisa de religião para se sustentar, muito menos de uma igreja ou de uma santa. a fé está na cabeça de cada um e é algo bem pessoal, é ridículo querer padronizar um sentimento... tipo dizer que quem está triste com a morte de alguém TEM QUE chorar em seu enterro, ou que quem ama de verdade TEM QUE dizer isso o tempo todo. para os que acreditam, a compra da bíblia bastaria. leia-a, entenda da sua maneira e acredite em seu deus. pronto. mas a galera prefere deixar dinheiro na caixinha e se acomodar em acreditar numa interpretação "mastigada" do livro... > aurelio, que fique claro que isso nao eh de qualquer forma dizer que > o que voce pensa esta errado. e se estiver? não tem problema! contanto que eu continue achado certo e seguindo aquilo que acredito e você continue seguindo suas crenças, conviveremos em paz. o certo e errado é outra coisa subjetiva, que cada diz pra si mesmo o que é ou não, isso se baseando nos outros ou não. > eh sim para pedir que tenha um pouco de paciencia > e pense no que eu escrevi antes de se manifestar sobre a fe das pessoas > que eu repito, nao tem necessariamente a ver com a religiao. bem, se alguém se ofende com as minhas opiniões que se mate, por que se minha opinião pode influir alguma coisa negativa na vida dessa pessoa, ela que é palha de deixar que isso aconteça. a verdadeira derrota está dentro de cada um. um prisioneiro de guerra não é necessariamente um derrotado se ele continua acreditando em sua luta. > questione-se por que religioes existem desde os mais antigos tempos e por > que elas atraem tantas pessoas. alguns precisam disso. outros não. e assim vamos vivendo... é assim com religião, futebol, drogas, luxo, fama... ------------------------------------------------------------------------------- From: # aurelio marinho jargas To: Christian ... @ 14/3, Christian ...: > Em Quarta 14 Março 2001 11:49, aurélio wrote: > > @ 14/3, Christian ...: > > > Que diferença faz se vc vai ao cinema e paga 10 R$ pela entrada, ou > > > se vc vai ao "culto" do domingo e deixa os mesmos 10R$ na caixinha? > > > > diferenças: > > > > 1. igreja não paga imposto. > > 2. igreja é uma empresa "sem fins lucrativos" > > 3. igreja já tem fontes próprias de renda: > > festas, quermesses, casamentos, batismos e não precisa de > > doações para manter seu quadro funcional e estrutura. > > Ok.. isso faz diferença do ponto de vista do governo. Logo: > > 1. deveria pagar impostos como qualquer outra empresa (junto com os times > de futebol!) e a PUC e o colégio bom jesus > 2. hm.. concordamos que é uma empresa... só falta acertar a questão dos > lucros :-) tinha que ser uma empresa formal, como a conectiva, pois tem folha de pagamento, tem bens, tem produtos que são vendidos, tem serviços prestados e cobrados... > 3. ela "pode" se utlizar dessas fontes, assim como utiliza tb o dízimo e o > contribuição.. quem disse que ela *não* precisa? claro, para construir estacionamento interno e elevadores como a da 7 de setembro tem que ter uns manés pagando mesmo, senão não rola... a questão do *precisar* vai da gerência. a conectiva se sairia muito melhor se cada um aqui desse dízimo para ajudar nas contas, mas como ela não tem essa ajuda, os custos devem ser bem dimensionados. _________________________________________________________________ 20010221 - 20010314 - barbeiragens do aurélio tudo começou com um relato de uma estória, divulgada numa lista interna da conectiva, e o que se seguiram foram relatos de minhas barbeiragens. (barbeiragens na opinião deles é claro) &:) para a posteridade: De: # aurelio marinho jargas estórinha: estava eu ontem à noite acompanhado de minha querida mulher, num estacionamento, me digindo em direção a minha querida toyota quando ouço um barulho de batida e vidro quebrando. ao instintivamente olhar em direção ao meu querido carro, o deleite toma conta de meu ser. euforia, alegria e gargalhadas, tantos sentimentos bons simultâneos, ao ver um carro tipo com a traseira encostada no pára-choque "delicado" da toyota. uma mulher visivelmente com cara de que-cagada-que-eu-fiz saiu do tipo, olhou sua lanterna traseira recém-destruída, olhou meu pára-choque inalterado, olhou para os lados, entrou no carro e saiu resmungando. ao chegar junto da toyota, pude perceber vários pedaços da ex-lanterna espalhados pelo chão, e após uma conferência, desnecessária é claro, do estado do pára-choque, senti por não ter uma câmera fotográfica à mão. estava linda a composição do asfalto com os vidros vermelho e amarelos... moral da estória: mulher no volante é mulher no volante. toyota é toyota. ----------------------------------------------------------------------- De: João "Nando" Mussi de Albuquerque Isso me lembra um episódio no Farol de Sta Marta quando você atochou o seu lindo parachoque num barranco várias vezes enquando manobrava a toyota e eu pensava f*deu! Minha mente, condicionada a parachoques plásticos pintados custou a aceitar que o seu parachoque mesmo arrancando pedaços de barranco nada sofreria... ----------------------------------------------------------------------- De: Bianca Freitas Tem aquela do risco de ponta a ponta no seu possante, tem uma tb lá na praia , foi estacionar e BUM na parede, teve uma vez que vc foi me dar uma carona em casa e largou o volante e foi procurar uma fita massa (primeira vez que escutei tequila baby), enquanto isso o carro se dirigia ao poste...por sorte não batemos ! Teve aquela vez tb na estrada, em plena serra , os pneus carecas o carro derrapando e na volta que vc apagou os faróis e nós não enxergavamos mais nem a palma da nossa mão ! Seu louco...:) AI VC VEM ME DIZER QUE MULHÉ É PERIGO CONSTANTE ! AURÉLIO É PERIGO CONSTANTE NO VOLANTE ! ----------------------------------------------------------------------- De: carlos Ou em matinhos quando ao sair da estrada ele bateu no asfalto, mesmo pelo barulhão e pela porrada q levou o para-choque nada sofreu.. ----------------------------------------------------------------------- De: João "Nando" Mussi de Albuquerque Então tem duas morais nessa história, a outra é: Aurélio no volante é aurélio no volante. Sorte que descobriu isso e comprou uma toyota! :) ----------------------------------------------------------------------- De: Andreia verdade. tem tb aquela vez que tinha um engarrafamento na 101 e o aurélio desligou o carro e esqueceu de puxar o freio de mão... e encostou no caminhão que tinha atrás. tb não aconteceu nada com a toyota, né aurélio?! :D realmente 'Aurélio no volante é aurélio no volante'. :)) ----------------------------------------------------------------------- De: carlos Freio d mão? A toyota dele tem isso? ----------------------------------------------------------------------- De: João "Nando" Mussi de Albuquerque Tem! Um toco de madeira que ele usa como calço na roda!!! :) ----------------------------------------------------------------------- De: Andreia poxa... mas eu nem contei que você achou que era o cara que tinha batido!! :)) ----------------------------------------------------------------------- De: carlos "Valeu Tio..." hahhah _________________________________________________________________ 19991028 - incapacidade de criação Date: Thu, 28 Oct 1999 10:19:34 -0200 (EDT) From: aurelio@... To: desorganize@egroups.com Subject: [desorganize] utopia de um mundo nosso (era: Dualidade) > 1999???? luiz gastão escreveu: > O, Aurélio, que neura mais neura, meu! Como é que você não usa > drogas, pensa que não existe nada e consegue sobreviver?? não, peraí, você não entendeu, as coisas existem, mas não são suas, não foi você quem as concebeu, saca? tudo já existia. você apenas teve mais afinidade com umas e menos com outras, mas elas já existiam. > isso as coisas mudam, porque se cada pessoa tivesse que começar do > zero as músicas seriam sempre iguais e tudo seria sempre igual. não! cada um colocaria seu sentimento naquilo, sem influências, mas só o fato de você já estar usando uma guitarra e tocando notas musicais (ambas coisas que já estavam concebidas antes de sua existência), já quebra a originalidade do negócio. > Qual o sentido da existência?? essa não tem resposta certa. cada um tem a sua. pode até nem ter sentido. e um mesmo cara poder mudar essa resposta várias vezes durante sua vida. nessas horas me vem a frase do raul eca seixas na cabeça "faz o que tu queres há de ser tudo da lei". seria interessante. > mas sempre que posso crio algo novo. é muito bom! como algo novo? no máximo você cria algo utilizando matéria já existente, utilizando conceitos já existentes, utilizando influências já absorvidas. não estou falando em vida, em coisas materiais, na realidade. estou falando em utopia, outro mundo, com outras leis, com outras possibilidades. se com seu pensamento puro, não corrompido, você pudesse criar, e aos poucos fosse moldando todo o seu mundo, apenas com suas próprias idéias, independente de tempo, espaço e matéria. AÍ SIM, você poderia afirmar que cria algo. > Tudo o que nos cerca pode contribuir para aprendermos, mas não > deixo nada interferir nas minhas vontades isso é complicado hein? mesmo sem saber você acaba influenciado. são MUITAS as fontes, muda no máximo o grau de influência, mas bastando viver em sociedade, você já é influenciado por milhares de conceitos e condutas. > Escolhi trabalhar por mim mesmo, horário sossegado, sem rotina. > Cada um escolhe o que quer para si. sim. mas o dinheiro que você ganha já existia, o trabalho já exitia. outras pessoas já trabalharam nisso antes de você, o conceito de horário, marcar o tempo em horas e minutos, já existia, tudo envolvendo isso já existia. você optou por isso, mas não é algo legitimamente seu. você é como se fosse um usuário. no máximo você escolhe o quê usar (e isso quando pode escolher...) > Por isso continuo tendo cabelo comprido e lavando na média de três > em três dias. Eles me aceitam como sou porque mostro que posso. idem no meu trampo. a diferença é que minha média é um pouco diferente, tipo 1 vez por semana &:) > Essa é a verdade, TUDO existe! esse é o problema!! tudo já existe, você nada cria! > Se você quiser pode virar marinheiro, ou monge do tibet, ou qualquer > coisa que queira. novamente, já existem outros marinheiros, já existem navios, já existem mares, já existem leis da física que tornam a navegação possível, já existem monges, já existem montanhas, já existe o tibet, já existem as túnicas, já existe a religião, já existe tudo. a própria palavra já disse: ESCOLHER e não criar. esse é todo o ponto. nossa estrutura e nossas capacidades atuais como ser humano não nos permitem tal mundo, de criação de coisas, conceitos, regras, caos. só nos nossos sonhos, mas mesmo ele são influenciados por mossa realidade. são basicamente 2 pontos: - vc como humano não pode criar matéria com o pensamento. - por nascer numa sociedade, sua essência já se perdeu. por isso nada podemos criar, sacou? _____________________________________________________________________ Date: Thu, 28 Oct 1999 10:32:46 -0200 (EDT) From: aurelio@... To: desorganize@egroups.com Subject: [desorganize] limitacoes (era: Re:Dualidade) > 1999???? ??? (desculpe cara, esqueci seu nome, me avise quem é você!) > esqueceu: > Desde pequenos aprendemos coisas que vem de outras pessoas, pois na > escola, por exemplo, aprendemos através de livros que são escritos por > outras pessoas. Nossos pais, amigos e parentes nos influenciam com seus > pensamentos, toda nossa vida é cercada de coisas que nós não criamos. > Mas tudo isso é uma INFLUÊNCIA. exato. o que expus é que essa influência tira-lhe a inocência de sua essência. seria interessante podermos crescer e nos desenvolver sem influências, ver como o acaso de nossa criação nos conduziria e ver até aonde conseguiríamos chegar. pela nossa existência apenas e não pelos outros. > essência do ser humano. Pois se não fosse assim, poderíamos pegar um > monte de recém-nascidos e submetê-los aos mesmos estudos, mesmos > professores, mesma família, tudo isso numa redoma de vidro para que > nenhuma dessas crianças tivesse uma experiência diferente da outra, e > elas seriam iguais aí que está. eu já penso o contrário. as pessoas não são iguais por natureza, e não pelas influências (claro, que elas aumentam e muito essa diferença). o corpo humano é uma máquina complicadíssima, e temos milhares de combinações possíveis, cada um com seu cérebro, que aprende a se desenvolver de seu jeito, da maneira como seus olhos enxergam o mundo e do jeito que seus neurônios transmitem isso a ele. PENSAMENTO NOVO: e se nunca tivéssemos aprendido uma língua? será hoje não conseguiríamos nos comunicar por pensamentos? é muito fácil limitar-se a aprender conceitos já concebidos. se não fôssemos podados desde nosso nascimento, talvez hoje utilizaríamos MUITO mais nosso cérebro e poderíamos fazer várias coisas que hoje temos como impossíveis e ridículas, como flutuar, desmaterializar, se fundir com outra matéria, modificar nossa estrutura, se comunicar por pensamento, visitar outras dimensões, ter outras sensações. seria interessante... _________________________________________________________________ 19991001 - 19991006 - RealReality®: o maior sonho de consumo de todo ser humano do planeta, é o acessório RealReality®, a "realidade real em sua vida", fabricado, distribuído e mantido pelo megamonopólio internacional VF International Corporation®. desde criança somos ensinados pelo EducadorOnLine® que o único objetivo de nossas vidas e o prazer máximo da existência está em possuir um RealReality, que comunica diretamente com nossos neurônios, recebe e envia informações para a máquina, que proporciona sensações REAIS ao usuário. é a conexão máxima e final entre o homem e a máquina. é um equipamento que é ligado diretamente ao cérebro. um conector tipo aranha é implantado cirurgicamente na parte posterior da cabeça, logo acima da nuca, em nossa "avenida central" da informações, o gargalo de comunicação do cérebro com o resto do corpo. nesse conector, liga-se um plugue, com um cabo ótico, que vai direto a uma VLifeMachine®, a "máquina de vida virtual". a utilização de cabos e não infra-vermelho, se deve ao fato do menor custo, e também porque quem usa um RealReality, não precisa ter mobilidade, pois o corpo não precisa ser usado numa vida virtual. podem ser apenas horas, mas a grande maioria passa dias, meses, e anos conectada, vivendo a vida virtual. nesse caso, a pessoa é acomodada numa poltrona e lhe é aplicada uma dose de desacelerador vital, que faz o corpo (menos o cérebro, que pelo contrário, é estimulado com descargas elétricas de baixa voltagem e fica superativo) entrar num estado como de hibernação: a temperatura cai, as atividades internas são quase que cessadas, e o corpo é alimentado por sondas. nada de muito especial, esse procedimento é atualmente usado em várias outras tarefas complexas, que levam tempo e exigem muito raciocínio. a proposta inicial do RealReality, é ser uma interface mais agradável e prazerosa dos usuários com suas vidas virtuais, mas o que se nota na realidade, são pessoas que abandonam suas vidas terrenas e viram escravas do aparelho, pois já não conseguem mais viver sem ele. antes dele, as outras interfaces, por mais sofisticadas que fossem, eram sempre acessórios EXTERNOS, como luvas, óculos, roupas e cadeiras especiais, tudo para aguçar os 5 sentidos do homem. experimentar uma "vida virtual" já era prazeroso, mas não se comparava às sensações reais como saudade, alegria, amor, angústia, etc. agora, com uma interface que lhe gera sensações reais direto no cérebro era diferente. essas sensações informatizadas pareciam ser ainda mais autênticas do que as reais (e mais prazerosas). a dependência era inevitável, porém muito bem ocultada por acordos políticos e publicidade. as vantagens dos poderosos com o aparelho iam muito além do dinheiro. as pessoas se alienavam de uma maneira tão forte, que eram como vegetais. nada faziam, mas na hora que havia interesse em suas vidas, eram consultadas. através de propagandas sucintas que passam na vida virtual, a todo momento, ia-se moldando o pouco de personalidade que ainda restava nessas pessoas. era fácil manipulá-las para votar (sem sair da máquina é claro), comprar produtos que nunca vai usar e dar suporte financeiro a instituições que nada fazem para o seu bem-estar. mas o mais cruel mesmo é a depedência total que o aparelho causa. para começar, apenas com ajuda técnica exterior é possível desconectar-se do RealReality, e voltar o corpo às atividades normais. é um serviço extremamente caro. como paga-se uma taxa de utilização do aparelho, um valor ínfimo no início, mas que aumenta exponencialmente, proporcional ao tempo de uso e a pessoa fica sem dinheiro para poder se desconectar. aliás, o dinheiro é a 1ª coisa que acaba, pois ao se conectar a um RealReality, como pré-requisito, a pessoa precisa assinar um termo onde deixa a cargo da VF todos seus bens. o que ocorre é que alienada na vida virtual, a pessoa não percebe, mas a taxa de utilização aumenta e seus bens são transferidos à VF automaticamente (incrível como a burocracia não os atinge...). chega-se a um ponto crítico na vida do usuário. acabou-se o dinheiro e acabaram-se os bens. a VF conseguiu tomar tudo pela utilização da VLifeMachine. nesse momento, um VirtualMonitor® o aborda em sua vida virtual, onde quer que esteja e lhe faz apresenta a FinalAct®, onde lhe são apresentadas 2 escolhas: ser desconectado às custas da VF, que lhe cobrará 1200 dias de trabalho em sua sede orbital (vulgarmente conhecida como a prisão orbital), dias estes que pagarão a sua desconexão e a sua viagem de ida e volta à estação espacial, ou você continua vivendo sua vida virtual e seus órgãos e membros pagarão as taxas de utilização futuras. na maioria absoluta dos casos, quando a FinalAct é apresentada a pessoa, esta já não se lembra mais de sua vida terrena. em parte pelo código secreto que a VF nega veementemente existir, que vai apagando a memória do usuário gradativamente, e em parte por já ter-se passado muito tempo, a pessoa não sabe mais o que é ter um corpo, ser mortal, pois na vida virtual todos são imortais. também há movimentos independentes que tentam provar na Justiça Suprema que a pessoa neste momento não tem mais consciência para decidir, e a FinalAct deveria ser considerada ilegal, mas isso já está há anos na Justiça e nada foi definido. bem, estando a pessoa nessa situação, é MUITO raro alguém escolher o trabalho na sede orbital, e todos assinam o BodyCompromisse®, transferindo à VF a única coisa real que ainda lhes resta. a partir daí, essa pessoa deixa de existir no mundo real. apenas judiciamente, pois o cérebro ainda funciona e a pessoa ainda pode, num ato único, nunca na história executado: trocar um órgão vital pela desconexão e usar um implante eletromecânico. então, seguindo seu procedimento padrão, a VF começa a amputar os membros do corpo (diz-se corpo pois este é um caminho sem volta, o cérebro continua lá, funcionando), para ir pagando as taxas de utilização da VLifeMachine. começa-se pelos menores, mas em alguns meses já se vão braços e pernas. findados os membros, começam a extração do que há de mais precioso no corpo humano: órgãos. há um mercado de órgãos muito rentável, principalmente os vitais, de alcance mundial. paga-se muito bem por um órgão ainda "vivo". como a venda de órgãos foi vulgarizada com a avalanche de órgãos supranaturais, feitos à partir do tecido do órgão, mas multiplicado e tratado em laboratório (e muitos de qualidade duvidosa), um órgão natural é muito valorizado no mercado. pessoas de um nível de posses mais elevado só utilizam órgãos naturais em seus corpos, é ostentação, status elevado. antigamente se cortavam pedaços, remendavam, tentavam tratar os órgãos adoecidos. hoje, com os órgãos adoecendo facilmente por qualquer uma das dezenas de pestes não-controladas e com os órgãos supranaturais vendidos em qualquer Centro de Troca, simplesmente se substitui por um novo, é uma questão de algumas poucas horas. voltando à pessoa, que está lá na VLifeMachine, alienada do mundo terreno, a essa altura, ela já não sente mais o corpo para baixo do pescoço, devido às sucessivas anestezias aplicadas para a retirada dos membros. então se começa a retirada de órgãos não vitais para pagar a taxa de utilização da máquina. na maioria dos casos, os técnicos nem fecham direito o corpo, pois sabem que em pouco tempo voltarão a abrí-lo para retirar mais algum órgão. a cena é degradante: vários corpos, ou melhor dizer "tocos", todos meio abertos, sangue espalhado, carne mal costurada. nesse ritmo se consegue mais alguns meses de vida virtual. como órgãos não vitais são um recurso não renovável, logo se acabam e a pessoa entra na fase final desse triste percurso: a troca de órgãos VITAIS por similares eletromecânicos. retira-se um órgão vital, como um pulmão, um estômago, e com seu preço de mercado supervalorizado, dá para comprar e pagar o serviço de colocação e manutenção de um órgão eletromecânico, e ainda sobra para pagar as taxas do VLifeMachine por alguns meses. nesse ritmo, a pessoa consegue sobreviver mais alguns poucos anos, feliz em sua vida virtual, e com todos os seus órgãos vitais trocados por máquinas alimentadas eletronicamente, restando apenas a cabeça. mas mesmo a cabeça pode ser negociada, e como nesse "corpo" já não há mais órgãos naturais, não é mais preciso se alimentar, descansar, apenas uma bomba irriga o cérebro com sangue supranatural. os órgãos eletromecânicos que não são mais necessários são retirados, e a última cartada para conseguir meios de se pagar a taxa de utilização do VLifeMachine é vender a cabeça e seus acessórios (olhos, língua, ouvidos, etc.), que não são necessários numa vida virtual, pois a própria máquina já lhe dá as sensações, você não precisa de sentidos para captá-las do ambiente. com as técnicas avançadas de cirurgias e transplantes de cérebros, a pessoa não precisa parar de viver sua vida virtual um segundo sequer, aliás, ela nem nota que já não possui mais um corpo, que nem cabeça possui mais. seu cérebro é posto num recipiente transparente e cilíndrico, que contém um líquido especial, uma mistura química que simula o "ambiente" dentro do crânio, inclusive a pressão, senão o cérebro se desmancharia. esse conjunto é vulgarmente chamado de "porta-lixo", visto a degradação total que é um homem chegar a esse ponto. e os cabos óticos continuam ligados no conector aranha para fazer a comunicação da pessoa, ou melhor, do "homem-cérebro" com a máquina de vida virtual. judicialmente, a pessoa ainda existe. alguma alma bondosa pode bancar um transplante de cérebro para um corpo recém falecido e todas as taxas e multas e que um processo desse acarreta. esse é outro caso possível, mas que nunca aconteceu na história do mundo. antigamente existia um conceito chamado família, onde pessoas possuíam um vínculo sentimental e tinham uma convivência. algumas dessas pessoas poderiam ter interesse em ajudar esse cérebro a ter um corpo novamente, mas, com a popularização e barateamento dos insumos humanos supranaturais, os serem que nascem não têm a identidade de um "pai" e uma "mãe", como chamavam antigamente, pois são produzidos em série, com espermatozóides e óvulos supranaturais, e encubados num útero eletromecânico, dependendo da necessidade de mais seres nas proximidades. finalizando a saga, a venda da cabeça lhe dá mais 1 ano, 1 ano e meio de "vida", dependo do estado de conservaçãao, cor do olhos, etc. findado esse prazo, e não tendo mais meio algum de se pagar a taxa de utilização da máquina de vida virtual, lhe é concedida uma morte em sua vida virtual, seguida do desligamento imediato do aparelho que ainda mantém seu cérebro e seus pensamentos ativos. imediatamente, seu desligamento é comunicado aos interessados e seu cérebro ainda fresco é tratado e armazenado, para posteriormente seus neurônios servirem de matéria-prima na construção do moderno NaturalChip®, que é o componente principal na fabricação da SuperNaturalMachine®, a "máquina do futuro", a coqueluche das grandes corporações, que centraliza uma capacidade absurda de processamento num aparelho do tamanho de um punho fechado. e mais, além de processamento, inteligência real e 347 anos terrestres de conhecimentos. mas isso já é outra história... ® todos os nomes acima citados são de propriedade da Virtual Felicity (VF) Mundial Corporation, exceto EducadorOnLine, que é de propriedade do Acordo Cultural das Américas e NaturalChip e SuperNaturalMachine, que são de propriedade da TAY-YO Corporation, Oriente Leste. ® todos os nomes estão protegidos pela Lei Global de Registros. _________________________________________________________________ 19990928 - rigidez da religião muçulmana From: aurelio@... Date: Tue, 28 Sep 1999 11:51:00 -0300 (EST) Subject: Re: [func] Direitos Humanos - Taliban > > não é poder. é cultura. é religião. > > > > as mulheres não se sentem excluídas, para elas é normal ter > > uma vida diferente da dos homens. absurdo para elas é as > > mulheres andarem seminuas nas ruas como fazem aqui no > > Brasil. > > até andar seminuas concordo. andam e não querem ser agarradas mas porque > tanta pressão? mas se estamos entrando no ano dois mil porque ainda tem > um preceito tão rigoroso e antiquado? Sou fã da moral e bons costumes > mas detesto machismo e ditadura. E se as próprias religiões mudam porque > só esta não se atualiza? mudo a pergunta: se estamos entrando no ano dois mil, porque ainda temos religiões? quer coisa mais antiquada que isso? a questão não é se modernizar. aliás se modernizar é perder a essência. não gosto de religiões, mas acho muito mais correto uma crença milenar que mantém seus preceitos irredutíveis, por achar que são corretos, em qualquer época, do que outra que "se adapta" aos modernismos e modinhas do momento, para agradar (ou lucrar). religião não é para agradar. é fé. ou você acredita ou não. a religião não tem que se adaptar aos homens e sim o contrário, senão, que tipo de fé é essa? _________________________________________________________________ 19990914 - 19990914 - tecnoescravatura: somos todos tecnoescravos. triste conclusão. você conseguiria sobreviver uma semana sem tecnologia? e um mês? pense como está totalmente dependente de toda a tecnologia atual que nos circunda. tantas facilidades, tantas engenhocas, tantas maneiras diferentes de desperdiçar o seu tempo. você consegue se imaginar vivendo um mês sem as regalias tecnológicas? sem água encanada, sem energia elétrica (e todos os brinquedinhos tecnológicos que ela alimenta), sem combustível, sem gás, sem máquinas, tudo parado, restando apenas você e sua mente, lutando para sobreviver. como faria para conseguir água potável? como faria para se alimentar? como faria sua higiene pessoal? como faria para se proteger? quatro necessidades básicas, que o homem aprendeu desde o início de sua existência a satisfazer e aprimorar, mas infelizmente esse aprimoramento consistiu em apostar tudo em tecnologia, num ciclo de dependências sem fim, deixando a mente de lado, para que máquinas e brinquedos façam tudo por você. perguntinha rápida: você consegue controlar suas finanças sem calculadora? lembre-se, são apenas continhas básicas de soma e subtração... em nossos primórdios, cada dia era uma luta. era preciso trabalhar duro para satisfazer as necessidades básicas. peregrinações, caça, pesca, plantio, defesa contra animais e homens, contra frio, chuva, raios. beber, comer, dormir, tudo tinha que ser conquistado com suor. cada homem era sua própria fortaleza, seguro de si, capaz, independente de outros homens ou coisas, utilizando os recursos naturais disponíveis para sobreviver. aliás sobreviver era sua vida. talvez sua única preocupação fora isso seria a procriação. éramos fortes, independentes. com o passar do tempo e com a socialização, fomos "evoluindo", fortalecendo cada vez mais os grupos, fixando raízes em lugares amistosos, negociando por escambo com outros grupos matérias-primas que não dispúnhamos, aprendendo a construir estruturas mais complexas, aumentando muito a gama de ferramentas e pequenas engenhocas manuais/mecânicas que facilitavam algumas tarefas e nos faziam ultrapassar algumas barreiras antes intransponíveis. surgiram barcos, veículos, castelos, armas, máquinas. já ficou mais fácil satisfazer as necessidades básicas, com agricultura e pecuária desenvolvidas, poços artesianos, comunidades agrupadas e armadas. ficamos mais dependentes uns dos outros e de acessórios. atualmente, a vida em sociedade não é mais uma opção, é A opção. tudo o precisamos, necessidades, ambições, prazeres, está ao alcance de um clique, de um telefonema. tudo terceirizado, massificado, produzido em série e estocado. o dinheiro compra o conforto. a mídia dita nossas vontades. os brinquedos tecnológicos consomem nosso tempo. quanto às necessidades básicas, o dinheiro as compra; água engarrafada, comida enlatada, microondas, vasos sanitários, grades e alarmes. o homem não precisa mais lutar pela sua sobrevivência. a sociedade cuida disso. você só precisa obter dinheiro, trabalhando legal ou ilegalmente, e comprar sua realidade. e é deprimente como essa realidade está cada vez mais tecnológica, informatizada. conhecimentos sobre a natureza, antes tão essenciais, hoje são inúteis para a grande maioria que já recebe dados mastigados e manipulados. a essência do homem deu lugar a chips e bits, que alimentam nossa fome intelectual e escravizam o corpo. o sedentarismo é regra, já que não mais se luta para viver. centrando essa divagação em nossa atualidade, é muito fácil perceber o quão tecnoescravos somos. olhe a sua volta. agora mesmo. pare de ler isto e dê uma olhada ao redor. se imagine sem tudo isso, sem máquinas, eletrodomésticos, luz, água. como num grande apagão, vulgo blecaute. se esforçe e pense em coisas que você pode fazer sem o auxílio da tecnologia. difícil? então tente centrar-se nas coisas realmente simples, como as necessidades básicas. como arranjar água? o rio mais próximo está a centenas de metros e sua água foi há muito poluída por nossas indústrias pró-progresso. fervê-la? como? você sabe fazer fogo apenas com ferramentas naturais como madeira e pedras? lembre-se, você pode ter fósforos e isqueiro hoje, mas eles acabam e não haverá mais para comprar. e isso não é básico? fazer fogo. você não se sentiria um completo inútil perdido numa selva sem fósforo e passando frio por não saber fazer algo tão básico e fundamental quanto o fogo? passemos para a alimentação. o que comer? como viver sem a comida industrializada? você sabe manter uma plantação apenas com sementes e água? você saberia fazer um balde, um simples balde para carregar a água do rio poluído até sua plantaçãozinha de feijões? ou ainda, caçar animais. os atuais cachorros e gatos de estimação supririam-nos por algum tempo (se soubermos como fazer o fogo para assá-los), mas e depois? se destruímos todo o habitat do reino animal que vivia aqui para construirmos nossas mini-fortalezas, onde esperamos encontrar animais para caçar? e caçar com o quê? saberemos como fazer uma lança ou coisa parecida? e sem nosso sistema de esgotos e encanamentos e bombas, em menos de uma semana sem tecnologia os arredores estariam totalmente inabitáveis devido ao mau cheiro dos restos de quem não tem a menor idéia de onde despejá-los, e não pode guardá-los dentro de si para sempre. falta de higiene gera doenças, que matam. e para completar o caos, estando o homem totalmente incapaz de satisfazer suas necessidades básicas, como irá se defender? mais do que nunca, prevalescerá a lei do mais forte, com os fracos sendo abatidos naturalmente. e isso só para citar essas 4 necessidades básicas, excluindo outras como: transporte, educação e saúde; lazeres como: música, cultura, esportes, viagens; brinquedos como: computador, televisão, rádio, eletrodomésticos, máquinas em geral. esse caos da não-tecnologia pode parecer utópico, mas não seria exatamente assim que ficaríamos após uma guerra? nosso país não tem um histórico de guerras bélicas e devastadoras, que arrasam cidades, mas isso é uma realidade para muitos povos e pode ser uma realidade mundial após uma guerra nuclear; contando ainda com o agravante radioativo. e o que propiciou a criação da bomba, senão nosso progresso e tecnologia "avançados"? ainda não se convenceu de sua tecnoescravatura? então passe um mês sozinho na floresta, sem acessórios e sem brinquedinhos e veja o que consegue. perdemos dentes, pelos, cabelos, músculos, instinto, percepção. ganhamos óculos, dores nas costas, obesidade, preguiça, dinheiro. _________________________________________________________________ 19990715 - 19990715 - extraterrestres na terra: que existe vida em outro planeta, existe. é muito egoísta ter o universo todo a nossa mercê esperando para ser descoberto. agora, afirmar que eles já estiveram (ou estão) entre nós? é impossível até mesmo para o "super-governo" americano esconder do mundo algo tão grandioso. além do mais, engraçado como as maiores experiências alienígenas acontecem na terra dos americanos paranóicos não? hoje em dia, com toda a evolução tecnológica, milhares, não, centenas de milhares de máquinas fotográficas e filmadoras, de tão fácil acesso e sempre à mão, até hoje, ATÉ HOJE, não tiraram UMA foto decente de um alien ou coisa parecida, apenas borrões de luz, que são facilmente confundíveis. e até mesmo uma foto decente ou uma filmagem são facilmente criados/alterados por um computador com um programa de manipulação gráfica bom, e qualquer custo exorbitante que se tenha produzindo essas fraudes é pagável pela mídia faminta por aberrações, que cede fortunas por uma notícia sensacionalista fresquinha... mas onde estão os alienígenas? onde estão suas naves? engraçado como eles se escondem bem. eles e os anjos, santos, deuses, demônios, duendes, papai noel, coelho da páscoa, entre outros. os ets são mais uma crendice popular que vive da imaginação dos que nela vêem algo de real e se desdobram para arranjar meios de provar sua existência. se os caras (entidades, gosmas, plasmas, líquidos, vapores, sei lá como seria um et) já tivessem aqui meu, era IMPOSSÍVEL escondê-los, como se esconde algo tão grandioso de um mundo guiado pela informação durante tanto tempo? et é sensacionalismo que vende, movimenta uma indústria poderosa e tem adeptos fanáticos por todo o mundo, como uma religião. e pra acabar, com tantas combinações materiais possíveis na grandiosidade do universo os ets vão ser justo iguais a nós, com pele, formato de humanóide, cabeça superior, com olhos, 2 pernas, 2 bracos, dedos na mãos, etc? ah! estão zombando de meu senso crítico... _________________________________________________________________ fim.