O RAIO LASER Teoricamente, o raio laser é uma coisa simples. A palavra é for- mada pelas iniciais de "Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation". Ou seja: trata-se de um fino e intenso feixe de raios lu- minosos, de luz coerente. Na luz comum, como aquela emitida por uma lanterna, a radiação luminosa é formada por uma mistura de ondas diferentes, que avançam sem ordem. E, à medida que avançam, chocam-se umas contra as outras e vão perdendo força e direção. Por isso, o feixe luminoso de uma lan- terna elétrica perde força e se espalha em leque. No feixe luminoso que sai de um gerador laser existe apenas um tipo de onda, chamada de coerente por esse motivo - que avança concentrada num feixe fino, sem se dispersar e alcançando distâncias maiores. Teoricamente é possível se concentrar quanta energia se deseje num feixe desse tipo. Na prática, tal emissão está limitada à resis- tência do elemento emissor (que pode até fundir) e à quantidade de energia disponível. No início, os cientistas utilizavam rubis sintéticos de extrema pureza para concentrá-los nesse feixe paralelo. Depois descobriram um resultado ainda melhor, obtido pela excitação de certas misturas ga- sosas. E hoje existem diversas "famílias" de geradores laser, cada uma apropriada para um uso diferente. Os de uso militar são mais fortes e seu feixe luminoso deve ter pelo menos 150 quilowatts para destruir aviões, mísseis e astronaves. E mais de 300 quilowatts para atravessar a proteção de veículos blin- dados (tanques de guerra e navios). Tais aparelhos laser funcionam por impulsos (flashes) como uma metralhadora, já que a energia gerada exige um complexo sistema de refrigeração. Usando-se raios laser mais fracos, é possível fazê-los refletir num obstáculo distante. Medindo-se o tempo que o raio leva para ir da fonte emissora ao alvo e voltar, temos um telêmetro de pontaria in- crivelmente preciso. Esse sistema se chama Colidar (Coherent Light Detection and Ranging) que nada mais é do que uma espécie de radar, o qual utiliza ondas luminosas em vez de ondas de rádio, como os rada- res comuns. Tais equipamentos são utilizados nos visores militares de ponta- ria e em modernos equipamentos de trigonometria, para ajudar a confec- cionar mapas cartográficos. Ou até para medir com exatidão a distân- cia entre planetas. Nos laboratórios do Instituto Nacional de Pesqui- sas Espaciais, em São José dos Campos, há um laser desse tipo, usado para refletir seu feixe luminoso na Lua. Só que, para funcionar, ele exige horas de preparação, quando são carregados seus acumuladores e- létricos. Feixes mais fracos, de emissão contínua, são hoje usados para cortar chapas metálicas. Menos intensos ainda transformam-se em bis- turis especiais, que cortam e cauterizam ao mesmo tempo tecido humano - podem até mesmo soldar a retina, em delicadíssimas cirurgias. Final- mente, outros servem às comunicações, servindo como canais para mi- lhões de mensagens em fonia ou de TV. E existem algumas centenas de geradores de raio laser feitos em casa, por amadores. Só resta esperar que, no futuro, os empregos pacíficos dessa des- coberta sejam maiores que seus usos bélicos. CONDENSADO DE "SHOPPING NEWS"