LÍNGUA E LEITURA Os seres humanos distinguem-se das outras criaturas pela sua aptidão para utilizar a língua como meio de comunicação. A língua é um sistema simbólico arbitrário, que a criança assimila em seu ambiente familiar. O estudo da língua investe por vários campos, todos eles interessados na comunicação, seja por ela constituir objeto fundamental das suas preocupações, se por ela se relacionar com a respectiva problemática central. Por exemplo: o psicólogo da educação pretende saber de que forma os humanos aprendem a língua; o antropólogo encara a língua como um aspecto importante da cultura de um determinado grupo; o fisiologista preocupa-se com a função somática que torna possível a fala. De acordo com os conhecimentos atuais, qualquer criança normal é capaz de aprender a ler, sem dificuldade, aos 6 anos de idade. Aprende-se a ler por estágios. Diz-se que se aprende a ler com êxito quando as dificuldades inerentes a cada um desses estágios foram vencidas. O chamado fracasso na leitura resulta freqüentemente de uma acumulação de dificuldades que não foram encaradas no devido tempo. A expansão explosiva da cultura durante as últimas décadas deu-se paralelamente a um dilúvio de materiais impressos. Torna-se pois necessário procurar formas de acelerar o processo de leitura, para permitir uma maior cobertura do material. Existem pessoas que atingem resultados espantosos na velocidade de leitura, chegando a índices incríveis de 5.000 a 10.000 palavras lidas por minuto. Isto nos faz notar que o leitor é flexível quanto à modificação do seu processo de leitura. Há muitas razões que impedem o leitor de alcançar o seu máximo de flexibilidade. Alguns leitores não eliminam totalmente a vocalização, isto é, continuam a mover os lábios, dizendo as palavras, quer subvocalmente, quer mentalmente. Muitos leitores lentos pecam por dispersão. Isto verifica-se especialmente quando a velocidade de leitura do indivíduo é inferior a sua velocidade de pensamento. O processo de assimilação das idéias impressas no papel é tão vagaroso que o seu espírito se entrega a divagações. No mundo de hoje, os que pouco lêem são os menos preparados e os desempregados. Embora os programas de desenvolvimento de leitura estejam abrindo caminho, há que precaver-nos e lutar para que os menos instruídos não se transformem em sub-instruídos. Extraído do livro - O Ensino de Leitura I Biblioteca de Ciência Pedagógicas