10 meses de twitter

Em fevereiro deste ano eu entrei no twitter.

Não sabia pra quê servia, mas como toda a patotinha estava lá, resolvi experimentar.

Alguns leitores do blog tentaram definir o que seria esse tal de twitter:

O Twitter é uma “vizinha virtual”, serve para você ficar sabendo da vida de todo mundo que você conhece…
— Andre Sencioles

O Twitter é um mecanismo exercício de egocentrismo público. :D
— Rafael Ferreira Silva

O twitter é tão útil como um blog. Ou talvez como o gtalk. Enfim, é daquelas coisas que ninguém sabe pra que serve até começar a usar…
— Tabgal

Eu tenho twitter, mas ainda não achei uma utilidade prática.
— Pierre

Pra mim é coisa de desocupado.
— Henrique

Comecei timidamente no dia seguinte, pois já tinha uma galerinha na escuta.

Glup, 100 seguidores já! Que rápido. Acho que tenho que dizer alguma coisa, né? Erm… Bem… Gasp! Oi :)
02/10/2009 16:34

Aos poucos fui aprendendo a usar a ferramenta, e conforme o tempo foi passando, comecei a usá-la mais e mais.

Gostei.

Não tenho a definição do que é o twitter, mas eu o encaro como um blog diet, onde posso escrever somente um parágrafo e publicar. A falta de aprofundamento no conteúdo é compensada pela rapidez e quantidade de mensagens.

Esta rapidez não significa falta de zelo. Assim como levo horas para compor e aperfeiçoar cada texto aqui do blog, procuro lapidar bastante cada tuíte antes do envio. Levo vários minutos para compor um tuíte, mudo uma frase, troco palavras, pontuação, tentando atingir o almejado objetivo impossível do “parágrafo perfeito”: dizer o máximo com o menor número de palavras, porém sem soar pobre.

Julgo que o limite em 140 caracteres é a ideia de ouro que o faz o twitter ser útil por cortar o supérfluo, ele força que você deixe o blablabla de lado e diga o que quer, sem rodeios.

Isso é bom para quem pergunta e para quem responde. Ninguém perde tempo. Respostas monossilábicas são uma afronta no email, mas absolutamente normais no twitter.

Essa agilidade na obtenção da resposta faz o email parecer caminhão carregado subindo a serra.

Levo muito tempo para responder meus emails, que em sua maioria são dúvidas e perguntas. Porém, às vezes, um email de vários parágrafos poderia ser reduzido a uma única pergunta e eu poderia responder com uma única linha. Mas a “formalidade” do email nos força a escrever mais, tanto para perguntar quanto para responder. No twitter, é pá-puf.

Brevidade FTW.

Gostaria de seguir meus amigos no twitter, e esta é uma das resoluções para 2010.

Mas primeiro preciso retirar das costas alguns fardos consumidores de tempo, para eu poder realmente segui-los, e não simplesmente adicionar na lista e não conseguir acompanhar.

Na minha lista de canais de comunicação falidos, já basta o MSN, o GTalk, o IRC, o orkut e o email.

Fiz algumas promoções no twitter, e fiquei assombrado com a rapidez das respostas. Muita gente participa, e tudo acontece muito rápido.

É em tempo real, você pergunta e já recebe uma chuva de respostas. Parece que estão todos por aqui, participando ao vivo. Fico grudado na tela e a interação é intensa, me lembra um bingo animado :)

É difícil acompanhar o andamento da promoção, mas é legal o agito que ela gera. E com os RT (retuítes), o alcance da divulgação vai muito além do meu grupo de seguidores.

Vale a pena. Marketing no twitter funciona.

O primeiro uso mais intenso que fiz do twitter no trabalho, foi durante a codificação da versão 4 do MoneyLog. Eu tuitava sobre as novidades assim que elas eram implementadas, e o pessoal já baixava e testava. Com o retorno que me davam, também via twitter, eu ia melhorando o programa.

Foi rápido e empolgante.

Neste momento percebi que a interação em tempo real com os usuários, além de ser um excelente controle de qualidade para o programa, me deu uma enorme motivação para continuar programando.

É uma relação ganha-ganha.

O ápice do uso do twitter no trabalho foi a escrita interativa da 3ª edição do livro Expressões Regulares. Fui contando o que estava escrevendo, que temas estava pesquisando e os leitores mais uma vez participaram com empolgação.

Dicas, sugestões, críticas, dúvidas e links. Os tuítes recebidos ajudaram a elevar a qualidade do livro, que desta vez estava sendo escrito com a ajuda dos futuros leitores. Até respostas simples como “legal” ou “vou comprar” ajudaram a manter-me motivado e focado na escrita.

Este processo foi tão importante na escrita, que aumentei a participação dos leitores: na seção “Sobre o Autor”, coloquei uma coletânea dos melhores tuítes que recebi. Assim o leitor entrou de vez dentro do livro, tornando-se também, escritor.

Mais uma vez, ganha-ganha.

Hoje, com 10 meses de uso do twitter, posso dizer que estou extremamente satisfeito com a ferramenta.

É mais eficiente que o email e que o blog sob vários aspectos. Mas não os substitui, complementa. Afinal, aqui estou eu ainda escrevendo no blog. Um texto como este não caberia no twitter (mas o link para ele, cabe hehe).

Se você também quer participar “ao vivo” da escrita dos próximos livros e da codificação dos programas, papear ou simplesmente ler coisas aleatórias que escrevo aperiodicamente, siga-me no @oreio.

Obs.: aurélio → aurélho → orélho → oréio → oreio ;)

— EOF —

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